Capitulo 4

Faz três dias que não vejo o homem misterioso. Desde o acontecido na floresta, eu não saio mais de casa devido ao meu rosto todo cortado devido a minha correria, esbarrando em tudo que é planta.

Naquele dia quando acordei, meu pai disse que o filho do amigo dele chegou aqui em casa comigo nos seus braços desmaiada e lhe disse que eu tropecei na calçada e bati com a cabeça no chão. Eu não o desmenti na hora porquê se aquele garoto mentiu, tem motivos para isso. Motivos que eu vou descobrir e também porquê meu pai iria pirar se soubesse que eu entrei na floresta sozinha. Perguntei se ele sabia o nome do garoto que me ajudou, e para a minha felicidade ele sabia.

É Jack.

Levantei da cama quase mofada e vesti uma calça. Passei um pouco de pó no rosto, o que ajudou a esconder as marcas, e pesquisei no meu novo computador algumas escolas aqui no colorado. Sem sucesso.

Desci e fui perguntar ao meu pai sobre as escolas, já que estava no ultimo ano e as aulas comecam daqui a dois dias.

-Pai? -Chamei entrando na cozinha.

-Oi filha, aqui no sofá - ele estava assistindo futebol com um amigo.

-Pai as férias terminam daqui a dois dias, então eu...

-Ah sim, esqueci de te dizer que jalá te matriculei, não se preocupe é a melhor escola daqui.

-Ah... sim - Nossa! Obrigado por não ter me contado pai.

-Esse aqui é o Jerry, é o pai do Jack.

O nome de Jack me fez virar de vez para eles novamente. Ainda bem que as suas atenções eram na Tv. Jarry se parece muito com ele pelas feições do rosto. Tem o mesmo olhar marcante.

-Ah, eu adoraria muito agradecer a ele por ter me socorrido na rua quando tropeçei. - Falei a fim de encontrar ele outra vez. Jerry me olhou estranho. Abriu a boca para falar mais hesitou.

-Hoje irá ter um casamento da sobrinha dele na tribo, Jarry me convidou então acho você pode ir.

Eu olhei para Jerry que fez que sim com a cabeça e o sorriso que logo se desfez. Parecia até que ele não queria que eu fosse.

-Então... Eu vou faze compras.

-Tchau - os dois falaram. -Pegue algum dinheiro caso você precise. - Meu pai falou pegando a carteira.

-Eu tenho dinheiro, ate logo.

Sai antes que ele pudesse falar mais alguma coisa. Eu tenho dinheiro o suficiente, pelo menos para durar o mês inteiro. Peguei um taxi e fui para o centro. As lojas eram quase todas iguais, marcas caras que eu conheci em Rochester, mais nunca tive dinheiro e vontade de comprar. 

Avistei uma lojinha simples do outro lado da pista e entrei.

-Bom dia, o que deseja - A senhora do caixa falou.

-Bom, eu queria um vestido de festa.

-Como você prefere o vestido? - ela perguntou saindo de trás do balcão e indo em direção aos vestidos.

-Um que não chame muita atenção, só me vista bem.

-Hm.. acho que eu tenho o perfeito pra você - ela falou rindo.

Ela foi pra trás do balcão e pegou uma embalagem azul com um laço, veio ate mim e me deu.

-Abre - ela disse

Abri a embalagem que continha um vestido azul. Peguei o vestido e o ergui, ele é azul escuro que ia até a metade da coxa e apertado na cintura.

-É e tão lindo.

-Va provar- ela disse apontando pro provador.

Entrei e vesti o vestido, que ficou ótimo em mim. Do jeito que queria.

Cheguei em casa quase a noite e subi pro meu quarto pra me arrumar. 

Eu só conseguia pensar em Jack e no que eu senti quando o vi. Ele é tão misterioso e tão quente. Ainda sinto seu toque formigando na minha bochecha. Pareco uma tonta por pensar e sentir isso por um cara que nem conheço. Na verdade, é loucura.

Já anoiteceu e eu acabei de me aprontar, com meu vestido e uma sapatilha simples. Não gosto de salto e como vai ser em uma tribo, não acho que vá ser tão chique. Nunca fui em uma tribo, então estou ansiosa para conhecer logo uma.

Meu pai já estava me esperando na porta olhando pro relogio, acho que me atrasei.

-Uua, esta linda! - ele estava de calça preta e uma blusa social de mangas. Pode-se dizer que ele estava bonito.

Entramos no carro e seguimos em silêncio pela estrada que beirava a mata escura. Pouco tempo depois viramos em uma estrada de terra por dentro da floresta e ao longe avistei luzes.

Chegamos na tribo e estacionamos o carro ao lado de uma casa. O lugar era como um buraco na floresta. Tinha algumas casas e carros, acho que era uma tribo moderna.

Várias pessoas estavam sentadas em almofadas gigantes formando uma roda, toda rodeada por velas. Jarry veio ao nosso encontro, junto com seu filho.

-Bem vindos!  - Jarry apertou a mão do meu pai. - Este é o meu filho Jack.

-Olá Bob, oi... - Jack falou para meu pai, e depois se virou para mim.

-Isadora - falei tensa. Não sei onde consegui forças para falar alguma coisa, pois como sempre, fiquei sem reação. Ele esbanjava um sorriso no rosto sem expressar que me já tinha me visto ou que tinha me levado pfa casa desmaiada.

-Ah sim, Isadora - ele falou com um sorrisinho irônico.

-Ela queria muito falar com você sobre o... - Meu pai começou, mas interrompi.

-Sobre você ter me socorrido quando eu tropeçei e bati minha cabeça no chão. Muito obrigado - falei cruzando os braços entrando em seu jogo.

-Disponha - ele disse sorrindo e colocando o braço atras da cabeça. Ficamos nos encarando de um jeito brincalhão, mais depois esse jeito mudou. Como o dia no campo.

-Então... vamos sentar - Jarry falou e voltamos nossa atençao a ele. 

Fomos até a roda e nos sentamos nas almofadas, meu pai ao lado de Jarry e Jack ao meu lado.

-Então... o que estava fazendo na floresta?  - Jack me perguntou depois de um tempo em silêncio.

-Procurando uma coisa. O que você estava fazendo na floresta - rebati.

-Procurando é....-Sorriu e olhou pra frente. -Eu estava só andando. - ele falou olhando pro lado. 

Eu sei que ele esconde alguma coisa, mais quem sou eu para descobrir o que é. Nem consegui achar uma mísera luz.

Tambores começaram a tocar e todos ficaram em silêncio. Uma mulher entrou na roda pelo tapete vermelho com um vestido bem florido e descalça, e um homem entrou pelo outro lado. Acho que é a noiva e o noivo.

-São os noivos! - Jack sussurrou em meu ouvido, me fazendo arrepiar.

-Leu minha mente? - falei ainda olhando pra frente com um pequeno sorriso.

-Pode-se dizer que sim, você não sabe de nada aqui, achei que estivesse confusa. E acertei - ele fez uma cara de convencido e não consegui conter o riso. Algumas pessoas olharam para mim, fiquei sem jeito.

-Não liga - ele disse.

Uma nova música começou a tocar, e os noivos começaram a dançar em um ritmo estranho, mas legal. Era tipo a dança do acasalamento seguidos de gritos de algumas pessoas sentadas na roda.

-Que tribo é essa? - perguntei a Jack.

-Tribo Yakorra. Bem, somos descendentes de índios sim.. mas índios bem diferentes do que você conhece...

-Como assim dos que eu conheço?

-Deixa pra lá, depois você vai saber.

De repente ele começou a gritar junto com as outras pessoas, e eu só consegui rir disso. Mais acho que foi um desrespeito de minha parte. Então parei de rir. Os noivos se abraçaram e foram em direção a um senhor que estava fora do circulos de pessoas, e que pintou o rosto dos noivos com tinta branca e falou algumas palavras em outra lingua. Depois os noivos entraram dentro da cabana e não sairam mais. Todos se levantaram e eu só fui seguindo o que estavam fazendo, todos começaram a se abraçar, Jarry me abraçou e depois fui puxada pela cintura e virada de frente a Jack.

-Minha vez - ele disse e depois me abraçou. Um abração quase desesperado e muito quente. Ele era muito forte, mas não pedi pra se afastar, não queria ele longe de mim por algum motivo.

Nos separamos e depois que percebemos que tinha outras pessoas para comprimentar. 

Do outro lado, havia uma mesa enorme e farta. Meu pai ja estava lá se entufando de doces. Eu não estava com fome então fiquei só observando as pessoas do lado oposto.

-Está com fome? - me virei, era Jack.

-Não. -Falei me encostando em um carro.

-Então vamos. - ele pegou minha mão e desaparecemos na escuridão da floresta.  

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