A Mulher Que Eu Não Quis
A Mulher Que Eu Não Quis
Por: Cléusia Costa
Capítulo 1

Omar Castiel

Ajeitando a gravata perante o grande espelho existente no meu quarto, procuro com os olhos o meu telemóvel que descansava sobre o criado mudo e suspiro aliviado vendo que não recebi chamadas, ainda.

Voltando o meu olhar para o espelho caio num misto de sentimentos, o que se tem revelado corrente de uns meses para cá, tentando mais uma vez decifrar os enigmas escondidos por trás dos meus castanhos olhos. A minha pele negra em tons claros conjugada com a média estatura e altura consideravelmente elevada, fazem com que a minha presença exale masculinidade por ter o físico musculado e um olhar que a coletividade diz ser penetrante.

Dando os últimos retoques tendo de antemão a vasilha de perfume em minha posse pronto a pulverizá-lo pelo meu corpo, sou interrompido pela minha esposa que, ensonada, faz uma observação.

- Espero que não coloques a bebe ao colo depois do perfume – diz-me a Luena – bem sabes que ela não tem estado bem e a gripe não passou ainda.

- Tens razão – fungo – levarei na mala e colocarei no carro, quero dar antes um beijo a minha filha.

- Eu não mereço um? – Questiona-me. – Acho que ainda sou digna de receber, a não ser claro, que estejas demasiado ocupado para isso.

Suspiro em rendição e inclino-me dando um rápido beijo em sua testa.

- Não comeces por favor Luena, tenho um longo dia hoje, repleto de palestras e apresentações numa das universidades e não estou com ânimo para dramas agora, até logo. - Digo saindo do quarto fechando a porta.

Passo pelo quarto de Íris e automaticamente o meu sorriso abre-se ao ver a minha pequena enquanto brinca sozinha dizendo coisas que só ela percebe, é incrível, parece que ainda ontem era um bebé gordinho e rosado e hoje tem 2 anos e meio, meu maior orgulho.

Ao notar minha presença ela levanta-se do berço e estica os bracinhos querendo o meu colo.

- Bom dia princesa linda – digo com a voz engraçada que todo mundo faz ao falar com bebes, é automático! – Como está a minha princesa?

- Papa… – diz a minha princesa enrolando-se nas restantes palavras exibindo a boneca que tem em mãos.

- É linda filha, agora o papa precisa ir e mais tarde prometo que continuamos.

Dei um beijo em sua testa colocando-a outra vez no berço, tiro uma banana e um bolo que estavam por cima da mesa posta por dona Flávia, cumprimentando dona Rita, babá de Íris que caminhava rumo ao quarto da minha menina.

Estando no carro, meu telemóvel chama e ao ver o nome de Ivan revirei os olhos sabendo que a chatice começaria.

- Ivan. – Digo ríspido como quase sempre.

- Nossa, quanta hostilidade numa só palavra, problemas no paraíso? – Responde-me irónico. – É simplesmente para dizer que deves passar pela empresa primeiro, tens coisas para assinar antes das palestras.

- E porquê que as assinaturas não ficam para depois? Quero despachar essa porcaria o mais rápido que puder, não estou com muita paciência para aturar adolescentes recém universitários.

- Isso porque esqueceste que no ano passado foste um – diz-me – e mais tarde tens o aniversário da Micaela, alguma possibilidade de sermos cunhados? A miúda está bem constituída para os 18 anos que completou.

- Aproximas-te da minha irmã e descobrirás que a terra já é o inferno.

– Respondo – chego em 15 minutos.

Desligo antes que diga outra baboseira e abano a cabeça lembrando que é o seu passatempo favorito, o homem pode ter a cabeça oca e uma inquestionável imaturidade para alguns assuntos, porém, é incrivelmente um dos melhores advogados do país e da minha empresa, além de ocupar o cargo de meu melhor amigo.

Sim, eu e esse infeliz conhecemo-nos desde o secundário e fomos juntos para mesma universidade, com a diferença de ter seguido Informática e posteriormente Contabilidade e Auditoria, ele lógico, preferiu Direito.

Tal como eu, Ivan tem a pele negra em tons claros e a estatura média. Seu físico torna-se extremamente chamativo pelos olhos castanhos num tom caramelizado esbanjando graciosidade por onde passe.

Em termos comportamentais somos completamente opostos.

O Ivan parece possuir a mentalidade de uma criança de 10 anos de idade sendo extrovertido e adaptando-se a qualquer tipo de situação enquanto eu, visivelmente mostro ser reservado. Não gosto de manter conversas desnecessárias principalmente com pessoas fora do meu interesse. Ah! E tem Nicolas, quase me esquecia, no nosso meio o Nicolas é o neutro e o típico homem “capa de revista”, alto de pele mestiça e fidalgo nato, completa o meu pequeno círculo de amizades.

Ao adentrar na Castiel Corporation, ou Castiel como é maioritariamente conhecida, dirijo-me a minha sala.

Omar Castiel CEO

Não me canso de contemplar o meu nome gravado em letras douradas na grande porta de madeira esculpida, pintada em tons negros, lembra-me o esforço e determinação que tive para chegar onde cheguei.

Neto de avós portugueses, a minha família desde sempre fez parte da Burguesia sendo dessa forma, a maior investidora a nível europeu. Claro que o nome ajudou-me no processo de construção do meu império, mas orgulho-me dizendo que sozinho cheguei no patamar que atualmente encontro-me e, ocupo a segunda posição no ranking dos 10 homens com grandes patrimónios a escala nacional, perdendo apenas para Nicolas.

- O Gru Maldisposto deve estar a chegar – ouço Ivan tagarelando – particularmente, acho que ele tem tido problemas de ereção e tal, o homem já é arrogante de natureza, mas ultimamente tem estado de parabéns.

- Onde estão os papéis? – Digo chamando atenção de Nicolas e de Ivan que olha para mim com um sorriso irónico, o sorriso que só ele sabe dar. – Despachemos isso.

- Precisas beber um chá rapaz – diz o Nicolas pondo os pés por cima da minha mesa enquanto senta-se numa das cadeiras paralelas a minha – a palestra pode ser bem divertida, recheada de universitárias com as hormonas a flor da pele.

- É só nisso que sabes pensar não é, bandida barata, arranja um rumo para tua vida. – Diz Ivan girando o corpo na cadeira outrora vaga.

- Como se a tua fosse diferente. – Rebate o Nicolas.

- Okay crianças está tudo assinado, e vou ignorar a vossa conversa para não achar que deixaram as vossas obrigações de lado para acompanhar-me a uma mera universidade pelas miúdas. – Digo.

- Claro que não! – Dizem em uníssono num tom de indignação e Ivan, como não podia deixar de ser, levou uma das mãos ao peito. – Sou dono de uma cadeia de clínicas e híper mercados, sem mencionar as empresas e gabinetes de auditoria e consultoria que sem mim não sobrevivem, posso querer um programa de estágio se a universidade for convincente. – Continua Nicolas com um olhar pervertido

- Eu vou pela diversão, e gosto de irritar-te Omar. Ah! E acima de tudo sou lindo para caraças e teu advogado pessoal, quem senão eu para acompanhar-te? – Diz Ivan com o seu sorrisinho.

- Cada um no seu carro. – Declaro.

Após 15 minutos de estrada, estacionamos os nossos carros paralelamente, na parte traseira da universidade, quero evitar o máximo que puder a mídia e câmaras.

Somos recebidos pelo reitor da universidade que após trocar palavras e breves sorrisos com Ivan, dirige-nos então ao anfiteatro para a primeira palestra com duração de duas horas.

Ao entrar é inevitável deixar de ouvir os sussurros de jovens fascinadas por nós, olho para Nicolas e noto logo o seu sorriso pervertido, cenários do género são os seus favoritos e continua andando glorioso escondendo seus olhos atrás de seus óculos de sol, será um longo dia.

- Então, onde iremos almoçar? Sou capaz de comer a mula que é o Nicolas com a fome que tenho. – Pergunta o Ivan após termos passado duas horas sentados a ouvir os primeiros oradores.

- De preferência não muito longe daqui, temos duas horas até a segunda parte da palestra – respondo – conheço um hotel com o melhor dos restaurantes aqui perto.

Após o almoço, a caminho do anfiteatro enquanto olhava para o telemóvel, num brusco movimento, vem alguém contra mim derrubando o meu telemóvel que cai ao chão

- Ó palhaço não sabes ver por onde andas? – Pergunto irritado

- Peço desculpas, não foi de propósito eu posso pagar se tiver algum dano, eu não queria… – Diz a rapariga.

Num movimento voluntário apanho o meu telemóvel do chão. Tiro os óculos de sol da cara e, ao olhar para frente vejo uma das, senão a mais bonita mulher que já existiu na face da terra. Olho firmemente para ela durante longos segundos e noto que o meu olhar começa a incomodá-la então, paro.

- Não faz mal, devia estar mais atento, não te preocupes. – Digo notando que Ivan e Nicolas aproximam-se e já posso até ouvir o sorrisinho irónico de Ivan.

- Mas esse telemóvel deve ter custado 1 ano da minha mensalidade, eu posso responsabilizar-me e devolver. – Diz a rapariga olhando para mim, ela tinha olhos grandes e grossos como duas azeitonas num tom castanho escuro, o seu rebelde cabelo estava preso num volumoso coque e, em seu corpo trazia um vestido estampado com flores, segurando uma mala ligeiramente grande para o seu tamanho e livros nas mãos que também acabaram no chão, indicando que era uma estudante da universidade.

- Oi oi! – Ouço Ivan atrás de mim e o mesmo estica a mão para a rapariga que está meio apreensiva. – Eu não mordo, a não ser que queiras.

- Ivan sinceramente - repreende Nicolas – assim a senhorita não fica a vontade, sou o Nicolas, esse estúpido do meu lado é o Ivan e já conheceste Omar, o ogre, tu és?

- Graziela, estava a desculpar-me por ter deixado cair o telemóvel do senhor Omar, não foi de propósito e peço desculpas – Diz ela com cara de pesar e de alguém que não quer nenhum tipo de problemas.

- Já disse que não há problema algum, e podes chamar somente Omar. – Digo dando um sorriso fechado sem tirar os olhos dela. – Depois compro um igual.

- Consumista! – Diz Ivan com cara de indignação. – Só resta dizeres que comprarás outro amigo também, já que não tenho nenhum significado para ti.

- Até mais Graziela, e Ivan, cala a boca. – Digo enquanto nos dirigíamos ao anfiteatro.

Sentado numa das cadeiras perante centenas de alunos, noto que Graziela entrou e sentou-se num canto afastado enquanto algumas raparigas olhavam para ela e riam-se com deboche.  Estranhamente, irritou-me.

- E sem mais delongas, daremos então a voz ao CEO de uma das maiores multinacionais angolanas, aquele que com tenra idade conseguiu revolucionar a economia nacional desfazendo o monopólio anteriormente existente no âmbito informático, com vocês Omar Castiel, da Castiel Corporation. – anuncia o reitor.

Ao som das palmas levanto-me parando no meio do anfiteatro e involuntariamente procuro Graziela com o olhar notando que a mesma demonstra surpresa em seu semblante, como se não soubesse que eu fosse o CEO de uma das maiores empresas nacionais e de outras.

- Obrigado caríssimo reitor e ilustres alunos – começo a dizer. – É uma enorme honra estar aqui de pé perante a próxima camada jovem a liderar o mercado de trabalho nacional e, dizer que se a 10 anos atrás quando estava eu sentado numa carteira, alguém me dissesse que seria o fundador da Castiel Corp eu não acreditaria e certamente socava a cara dessa pessoa – ouço sorrisos – entrei no mundo dos negócios aos 22 anos quando o meu ilustre advogado e grande amigo Ivan Montenegro, decidiu desafiar-me numa partida de monopólio, sim é engraçado, porém verídico. – Continuo o meu discurso por longos minutos e após dar espaço para dúvidas e respostas, terminamos a palestra. Despedindo o reitor noto que a Graziela passou olhando sorrateiramente para mim. Abano a cabeça e decido simplesmente ir para o carro.

- Então negão – diz o Nicolas apoiando-se a janela do meu carro – sempre somos convidados ao aniversário da Mica ou devemos nos auto – convidar?

- É claro que somos convidados, mula burra – refuta o Ivan – como futuro cunhado do Omar mereço acompanhar todas as fases da Micaela.

- Ivan. – Digo quase rosnando – Não testes a porcaria da minha paciência. E sim, a minha mãe estará a vossa espera.

- Estaremos atrás de ti, somos capazes de demorar um pouco porque Nicolas foi chamado por um grupo de 3 tangas em chamas e já sabes como funciona então vai a frente amigo. – Refila Ivan.

Rindo discretamente dou então partida rumo a casa de meus pais. Mal posso acreditar que a minha única irmã já tem 18 anos, ainda ontem mal ficava em pé e agora já ganhei mais um motivo de comprar armas, ainda bem que minha filha vai para um convento, a ideia de rapazes perto dela desperta em mim um ódio nunca antes visto, consola-me o facto de ter mais uns anos para pensar nisso.

Chegando a casa dos meus pais, abro um sorriso ao ver a minha pequena no colo de Luena enquanto conversa com a minha mãe, recebo e trago-a para o meu colo dando um beijo na testa de minha esposa e outro na bochecha da minha mãe.

- Chegou cedo hoje. – Diz a minha mãe – a tua irmã ficará contente, tem dito que já não tens tempo para ela.

- Que absurdo, onde está ela? – Pergunto procurando-a com os olhos.

- Está com algumas amigas no quarto a preparar-se – responde o meu pai aproximando-se com a sua taça de vinho nas mãos, beijando a bochecha de minha mãe. – Por incrível que pareça, ao invés de uma grande festa, ela preferiu um jantar intimista com a família e alguns amigos.

- Mas? - Pergunto irónico sabendo que a minha irmãzinha não deixa nada barato.

- Daqui a uns meses, nas férias, ela quer ir a Paris e para Grécia, uma espécie de tour – completa a minha mãe sorrindo – eu e o teu pai vamos com ela e mais duas amigas se não me engano.

Eu sabia, Micaela por ser a mais nova e única menina sempre teve o pai nas mãos, sem qualquer esforço. Confesso que ela também me tem nas mãos, nos últimos tempos ela e Íris têm sido o motivo dos meus escassos sorrisos. Minhas meninas.

Os meus pais são de longe o casal mais apaixonado e unido da face da terra, e todas as referências necessárias para um relacionamento de sucesso entre cônjuges, pais e filhos, neles encontro.

Conheceram-se a 35 anos atrás, quando a minha mãe passeava pelas ruas do Rossio buscando pela Praça do Comércio. Meu pai diz que mal meteu os olhos nela, soube que, havia encontrado o que não achou em parte alguma e, foi forçado a inventar desculpas esfarrapadas para conseguir falar com a bela jovem que avistara. Passados dois anos casaram-se e, ao descobrir que esperavam por mim, decidiram então mudar para Angola, terra natal de ambos.

33 anos depois, apesar da riqueza multiplicada, a família sempre foi sua maior prioridade. Micaela e eu somos as provas vivas desse grande amor.

- Dona Rosa Castiel, os anos passam, mas a senhora continua na mesma meu Deus, quero essa fórmula – reconheço a voz e ao virar noto que Ivan e Nicolas acabaram de entrar – fico chocado com esse corpo. – Completa Ivan.

- Ivan Montenegro, amoroso como sempre. – Diz minha mãe entre risos, o Ivan tem uma atenção incrível dos meus pais, e não só, dos vizinhos, trabalhadores, enfim. – Estás magrinho o que se passa? Tem aquela lasanha que gostas, vamos comer, meu querido.

- E eu não mereço carinho? – questiona Nicolas correndo atrás deles.

- Omar! – Grita a minha irmã ao notar que cheguei. – Achei que não viesses.

- Por ti, sempre meu amor – digo abraçando-a meio desajeitado pois tenho a Íris nos braços – ainda sou o teu irmão mais velho.

- E se não é a minha pirralha linda – diz Ivan chamando a atenção de Micaela – anda cá e dá-me um abraço. O que achas de fazermos com que eu e Omar sejamos cunhados? Afinal, já és uma mulher rsrs.

Olho seco para ele e ao notar a minha irritação dá o seu sorriso padrão e tira a minha filha dos meus braços, o que passava em minha cabeça quando o nomeei padrinho da Íris.

- Onde esta a mãe dessa menina? – Pergunta-me o Ivan atirando a minha filha para o ar e agarrando-a. – Quero dizer-lhe que farei um menino especialmente para namorar a Íris.

- Cá estou, e cuidado pois ainda não és a prova de balas. - Responde Luena tirando a bebe do colo de Ivan. – Essa mocinha tem de comer.

- Luena. – Diz Nicolas ríspido ao passar por ela e fazendo um breve carinho em Íris.

- Nicolas. – Diz Luena meio constrangida e continua a andar com a bebé ao colo até a área da comida.

Eram bons amigos, porém, quando os meus problemas com Luena começaram eles afastaram- se e nunca questionei, acho que Nicolas não tem gostado da ideia de que a minha esposa inferniza a minha vida, mas não quero pensar nisso agora, hoje o dia é da minha irmãzinha e não pretendo estragar com climas pesados.

Postos na área da piscina, onde tem a mesa posta, noto a timidez das amigas de Micaela ao olhar para os morenos do outro lado da mesa, como se não bastasse para Nicolas, fixa o olhar nas meninas sabendo perfeitamente o que causaria nelas. Mula burra.

Depois do jantar, presentes e despedidas, eu, Luena e Íris chegamos a casa.

- Já deitei a bebe – diz Luena fazendo carinho em minhas costas – acho que podemos aproveitar um bocado agora.

- Estou cansado Luena – digo tirando a mão dela – talvez amanhã.

- Tu nunca tens tempo Omar, não fazemos amor a 4 meses e eu me pergunto que raio de casamento temos, eu tento salvar, mas tu simplesmente não facilitas, estou farta disso, acho que não tens receio de ficar sem a tua filha. – declara Luena.

- Justamente por isso não tenho sentido um pingo de interesse pelo teu corpo, simplesmente deixaste de ser a mulher que foste no princípio da nossa relação, tornaste-te mesquinha, egoísta e manipuladora. E enquanto assim fores não terei o mínimo de prazer em te ter. Feliz noite. – Digo e levanto saindo do quarto sem dar espaço as palavras provocadoras de Luena, passo pelo quarto da minha filha e dou um sorriso ao olhar para a carinha dela, cada vez mais parecida com a mãe, linda como o céu.

Entro para o meu escritório e estando acomodado por cima da mesa, sirvo um drink e olho para o nada dando espaço a tudo em meus pensamentos…

De um tempo para cá a convivência com a Luena tem se tornado simplesmente insuportável. No principio do nosso namoro era tudo um mar de rosas, ela era a melhor das namoradas, estava sempre de acordo comigo e apoiava-me, por mais que não a amasse no principio fui habituando-me a ideia de formar uma família com ela, até que surgiram complicações com a minha sogra que levaram a mim e aos meus amigos a acreditar que a Luena ficou comigo por interesse e a mãe dela foi a principal fomentadora. Tivemos uma discussão feia e chegamos até a terminar. Porém três meses depois ela conta-me sobre a gravidez, e que não quis dizer antes para que não achasse que ela deu-me o golpe. Pela minha filha decidi pôr o assunto atrás das costas e seguir em frente ocultando os verdadeiros motivos da temporária separação para a minha família. Foi então que Ivan e Nicolas, principalmente, começaram com o distanciamento de Luena. Depois de um tempo Ivan reconsiderou, e Nicolas prefere simplesmente continuar assim.

O nosso casamento foi bom durante um ano, mas quando Ivan tornou-se o meu principal advogado tudo começou. Ciúmes desnecessários, brigas, ameaça tirar-me a Íris se não fizer as suas vontades e estou simplesmente farto desse inferno. Tão farto que já atirei a aliança para cara dela e prometi que seria questão de tempo até acabarmos com isso.

E assim prossigo, uso a aliança em ambientes familiares e algumas reuniões, as privadas de preferência, pois para mim este casamento já deu e faço questão de deixá-lo longe dos holofotes.

Farto dos pensamentos, voltei para o quarto e Luena havia já adormecido, deitei-me e desliguei a luz do abajur sucumbindo ao cansaço.

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